Horário: De terça a domingo, das 10h00 às 18h00. Claustro encerrado devido a obras de requalificação.

David Fugitivo

 

David Fugitivo

Autor: Oficina de Simão Álvares (?)

Data: Século XVII, meados

Material: Óleo sobre madeira de castanho

Dimensões (cm): alt. 83 x larg. 102,4

Proveniência: Guimarães, Convento de Santa Clara

N.º de Inventário: MAS P 19

Esta pintura alude à passagem do Antigo Testamento, denominada David em Nob (como indica a legenda presente: JºRE C.21). David foge das sentenças de morte dadas pelo rei Saúl, que teme a sua força e inveja a sua celebridade. David finge estar em missão secreta por ordem do rei Saúl, com o intuito de receber os pães santificados, reservados aos sacerdotes.

Esta tábua pertence a um conjunto mais vasto (MAS P 17 a MAS P 29 e MAS P 60) que integra as coleções do Museu. São pinturas a óleo sobre madeira de castanho descobertas pelo primeiro diretor do Museu de Alberto Sampaio, Alfredo Guimarães, numa parede falsa da antiga Casa do Cabido da Colegiada de Santa Maria da Oliveira, posteriormente incluído no fundo patrimonial do Museu (1947). Recentes investigações permitiram concluir que este conjunto de pinturas pertenceu ao extinto Convento de Santa Clara, decorando a Sacristia.

Presentemente, atribui-se a autoria deste conjunto de tábuas a mestre local desconhecido. Aventou-se a hipótese destas obras pertencerem à oficina vimaranense de Simão Álvares, mas, tendo em consideração as características iconográficas e de estilo, concluiu-se que foram pelo menos dois os artistas intervenientes, um deles mais ágil no desenho e mais erudito já que alguns destes painéis revelam um domínio técnico e uma personalidade superiores.

Foi também possível concluir que a principal fonte iconográfica utilizada foram as gravuras maneiristas nórdicas do xilogravador Jost Amman (1539 – 1591) (editadas em Frankfurt no ano de 1580). Os temas do Velho Testamento são muito pouco comuns na arte portuguesa do século XVII, sendo os motivos preferidos pelos pintores ou pelos encomendadores a vida de Cristo, dos santos e da Virgem, pelo que se compreende a utilização de ilustrações estrangeiras como fonte de inspiração para representar outros temas bíblicos.