Cruz processional
Autor: Desconhecido
Data: 1547
Material: Prata branca e dourada
Dimensões (cm): alt. 154,5 x larg. 74 x prof. 28
Proveniência: Guimarães, Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira
N.º de Inventário: MAS O 43
Considerada um Tesouro Nacional, esta cruz tem um volumoso nó de marcada feição arquitetónica organizado em três níveis distintos. No nível inferior, de ambos os lados, encontram-se, em vulto pleno, as figuras de Moisés e David. Nas seis faces, baixos relevos representam a Paixão de Cristo, numa espécie de preparação para o Calvário. Alguns deles seguem, de muito perto, gravuras da Pequena Paixão em Cobre e da Paixão xilográfica da autoria do pintor e gravador alemão Albrecht Dürer (1471 – 1528). Nos botaréus, encontram-se as figuras dos Doutores da Igreja (São Gregório, São Jerónimo, Santo Ambrósio e Santo Agostinho).
No segundo nível, sobressaem os baixos relevos de Cristo, da Virgem, de Salomé e do profeta Daniel, enquanto no terceiro se encontra a representação da Pietà, da Ressurreição e dos evangelistas.
Em lugar de destaque, sobressai a figura de Cristo crucificado, trabalhada em prata dourada, contrastando com a restante estrutura em prata branca.
Revelando apego à interpretação manuelina das formas tradicionais do gótico, os artífices da Cruz Grande introduzem, contudo, na respetiva ornamentação, um formulário claramente renascentista, numa dualidade estilística que é frequente na época.
Esta cruz é considerada a maior cruz processional de Portugal, medindo 1,54 m de altura e pesando 16,245 kg.
Esta peça foi uma oferta do cónego Gonçalo Anes († 1540), instituidor de um morgado em Segade e das capelas do Santíssimo Sacramento (na Colegiada) e de Nossa Senhora da Madre de Deus (em Azurém). Esta alfaia solene foi usada continuadamente na procissão do Corpo de Deus e nas vésperas cantadas da festa de Santa Cruz.