O Museu de Alberto Sampaio é o único museu português que tem uma sala de exposição permanente dedicada à pintura a “fresco”, um tipo de pintura feito sobre as paredes com o reboco ainda húmido. Esta sala foi criada em 2002 com o objetivo de dar a conhecer as pinturas destacadas de algumas igrejas do norte de Portugal nos anos 30 e 40 do séc. XX: Convento de São Francisco (Guimarães), Igreja de Fonte Arcada (Póvoa de Lanhoso), Igreja de São Salvador de Bravães (Ponte da Barca) e Igreja da Nossa Senhora da Azinheira (Outeiro Seco, Chaves).
No decurso do século XV, e atingindo a sua expressão máxima em meados do século XVI, os templos portugueses começaram a ser revestidos de pinturas murais que ajudavam os cristãos a conhecer as passagens bíblicas e a hagiografia dos santos da sua devoção. Esta modalidade pictórica era uma solução plástica mais rápida, duradoura, eficaz, renovável e, também, muito mais económica que o recurso à pintura de cavalete organizada em retábulos de altar.
Nos séculos seguintes, as paredes dos templos começaram a ser guarnecidas de talha que encobriu os frescos, então caídos em desuso, sendo destruídos os que não ficavam escondidos pelos retábulos.
Nos anos 30, na sua ação de recuperação da arquitetura medieval de alguns desses templos, a Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) descobriu vários testemunhos picturais “a fresco”, alguns deles sobrepostos, fruto de intervenções cronologicamente distintas.
Apesar de o destaque ser sempre a última solução a adotar, por necessidades operativas de restauro, e numa linha de opções que tendeu a valorizar os testemunhos mais antigos, foram destacadas do suporte arquitetónico algumas pinturas que, ou permaneceram no interior dos edifícios em painéis autónomos e com suporte inadequado, ou transitaram para coleções de museus, nomeadamente o Museu de Alberto Sampaio.