Horário: De terça a domingo, das 10h00 às 18h00. Claustro encerrado devido a obras de requalificação.

Casula de Santo Estêvão

 

Casula de Santo Estêvão

Autor: Desconhecido. Itália; Inglaterra? Países Baixos do Sul?

DataXV-XVI

ProveniênciaGuimarães, Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira, Capela de Santo Estevão (?)

Material: Tecido – fio de seda carmim e amarela, fio laminado dourado; fio de seda policroma, fio laminado dourado e prateado | Bordado – fio de seda policroma; fio laminado dourado e prateado | Enchimentos: filaça (?); cordão de enchimento; pontos de sublinhar motivos em seda (?) escura.

Inventário: MAS T 19 (peças associadas: MAS T 20 e MAS T 21)

Do notável conjunto de paramentaria, designado normalmente por «Paramentos de Santo Estevão», destaca-se a casula (ao centro, na imagem), não só pelo valor simbólico mas também pela sua grande qualidade, formal e técnica. Peça destinada ao principal celebrante na Missa, nela se concentrava o poder imagético, neste caso com a representação da Crucificação de Cristo e a evocação dos santos, Estevão e Paulo. A presença repetida do protomártir indicia a presença a um local de culto a ele dedicado, muito provavelmente a Capela de Santo Estevão, fundada em finais do século XIV e pertencente à Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira.

Na dotação de igrejas e mosteiros com peças de elevado valor, frequentemente adquiridas ou mesmo encomendadas nos melhores centros de produção europeus, incluía-se também a Paramentaria, de que esta casula e o conjunto em que se integra são um excelente exemplo. Pela grande mestria dos bordados, utilizando vários tipos de fio metálico e sedas policromas, obtiveram-se efeitos quase escultóricos, simultaneamente com suaves matizes, a definir as imagens dos sebastos.

O tecido do corpo da peça, um veludo carmim, lavrado a fio metálico dourado, insere-se na tipologia dos veludos italianos do final do século XV, florentinos e venezianos. Já o bordado, proveniente sem qualquer dúvida de um grande centro oficial, apresenta características comuns a Inglaterra (Cena da Crucificação) e aos Países Baixos do Sul (estruturas arquitetónicas e perfeito domínio da técnica de ouro matizado). É datável do início do século XVI.