A edificação de uma igreja e a sua abertura ao culto pressupõe a existência de um conjunto de alfaias litúrgicas necessárias à realização dos diversos ofícios divinos. Desde os primeiros tempos do cristianismo que os objetos usados no culto são feitos de materiais nobres – o ouro, a prata, o marfim, as pedras preciosas. A Deus oferece-se o melhor.
O tesouro da igreja de Nossa Senhora da Oliveira não escapa a esta regra. Ao longo dos tempos, reis, nobres, clero e povo ofereceram a esta Santa de eleição alfaias litúrgicas de elevado valor cultural e estético – cálices, custódias, cruzes e relicários.
Este núcleo proveniente da Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira foi enriquecido e diversificado ao longo dos tempos e, como cobre um extenso período cronológico – do século XII aos fins do século XIX -, permite-nos perceber a devoção dos homens e o gosto estético de cada época.
Trata-se de uma coleção singular, caracterizada pela sua unidade, pela sua qualidade bastante homogénea, por se encontrar invulgarmente bem documentada e ainda por incluir uma expressiva representação da produção local. É hoje um dos melhores conjuntos do género existentes em museus nacionais, ocupando um lugar único na História da Arte em Portugal.
De salientar que dos 12 tesouros nacionais que o Museu possui, 10 se encontram na Sala de Ourivesaria.