Horário: De terça a domingo, das 10h00 às 18h00. Claustro encerrado devido a obras de requalificação.

Gomil e Lavanda

 

Gomil e lavanda

Autor: Desconhecido

Data: Século XVIII – XIX (?)

Material: Prata branca

Dimensões (cm): Gomil – alt. 35,6 x larg. 24,4; Lavanda – alt. 44,1 x 37,2

Inscrição: UT POTIAR PATIOR

Proveniência: Guimarães, Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira

N.º de Inventário: MAS O 4 e MAS O 5

Estas duas peças associadas apresentam um grande exotismo e densidade decorativa e o tipo de ornamentação usado remete para a possibilidade de se tratar de peças de uso civil.

O gomil (MAS O4), de base circular e bordo liso, é decorado com folhagens e enrolamentos. A pequena haste e a parte inferior do bojo são decoradas com acantos e caneluras. O bojo apresenta três cartelas: numa surge representada uma sereia tocando violino, noutra um tritão tocando viola e, na terceira, vê-se a inscrição “VT POTIAR PATIOR” e uma borboleta esvoaçando em direção a uma vela acesa sobre uma mesa. Esta última cartela tem como moldura quatro mascarões e dois tritões. A decoração é complementada com animais fantásticos, serpentes saindo de flores, tulipas, folhas de acanto, volutas e palmetas sob o bico de uma águia de grandes asas abertas. A asa do jarro, em forma de “S”, é constituída por uma figura de sereia de cauda retorcida.

A lavanda (MAS O5) é oval e tem uma bordadura contornada com folhas de acanto que rematam em volutas. No interior, uma cartela com uma sereia emergindo das águas e tocando violino, encontra-se oposta a outra idêntica. Entre ambas, no centro da bacia, destaca-se a inscrição “VT POTIAR PATIOR”, que encima a representação de uma borboleta esvoaçando em direção a uma vela acesa sobre uma mesa. A decoração é complementada por serpentes e outros animais, tulipas, folhas de acanto, flores e mascarões.

Maria José Goulão sugere que estamos perante obras de produção hispano-americana, que pelo repertório ornamental e pela técnica de trabalho revelam afinidades com trabalhos do Alto Peru e da Bolívia e, segundo Cristina Esteras Martín, sugerem um revivalismo barroco do século XIX.