Os irmãos de José incriminados no Egito
Autor: Oficina de Simão Álvares (?)
Data: Século XVII, meados
Material: Óleo sobre madeira de castanho
Dimensions (cm): alt. 84 x larg. 103,5
Proveniência: Guimarães, Convento de Santa Clara
N.º de Inventário: MAS P 26
Esta pintura ilustra o episódio bíblico do Antigo Testamento (como a legenda presente indica: GENES. C. 42), quando, após a grande fome que atingiu o mundo, os irmãos de José voltam do Egito para casa, pela primeira vez, com alimentos fornecidos por José. Não o reconheceram, pois, tendo sido vendido por eles anos antes, já o julgavam morto. José, tendo-os reconhecido, quis dar-lhes uma lição e mandou colocar o dinheiro com que pagaram os alimentos nos seus sacos de cereais para que, quando o descobrissem, ficassem ainda mais assustados, pensando que também iriam ser acusados de roubo.
Esta tábua pertence a um conjunto mais vasto (MAS P 17 a MAS P 29 e MAS P 60) que integra as coleções do Museu. São pinturas a óleo sobre madeira de castanho descobertas pelo primeiro diretor do Museu de Alberto Sampaio, Alfredo Guimarães, numa parede falsa da antiga Casa do Cabido da Colegiada de Santa Maria da Oliveira, posteriormente incluído no fundo patrimonial do Museu (1947). Recentes investigações permitiram concluir que este conjunto de pinturas pertenceu ao extinto Convento de Santa Clara, decorando a Sacristia.
Presentemente, atribui-se a autoria deste conjunto de tábuas a mestre local desconhecido. Aventou-se a hipótese destas obras pertencerem à oficina vimaranense de Simão Álvares, mas, tendo em consideração as características iconográficas e de estilo, concluiu-se que foram pelo menos dois os artistas intervenientes, um deles mais ágil no desenho e mais erudito já que alguns destes painéis revelam um domínio técnico e uma personalidade superiores.
Foi também possível concluir que a principal fonte iconográfica utilizada foram as gravuras maneiristas nórdicas do xilogravador Jost Amman (1539 – 1591) (editadas em Frankfurt no ano de 1580). Os temas do Velho Testamento são muito pouco comuns na arte portuguesa do século XVII, sendo os motivos preferidos pelos pintores ou pelos encomendadores a vida de Cristo, dos santos e da Virgem, pelo que se compreende a utilização de ilustrações estrangeiras como fonte de inspiração para representar outros temas bíblicos.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]